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como de hábito, com o seu carro de capim. Tomou a estrada pra riba, dobrou a Rua José
                  dos Reis e tratou de atravessar a linha da  estrada de ferro, na cancela dessa rua.

                        Fosse a máquina, fosse um descuido do guarda, uma imprudência de Manel, um
                  comboio,  um expresso, implacável como a  fatalidade, inflexível, inexorável, veio-lhe em
                  cima  do carro e  lhe trucidou os bois. O capineiro, diante dos despojos sangrentos do
                  "Estrela" e  do "Moreno",  diante  daquela quase ruína de sua  vida,  chorou  como  se
                  chorasse um filho uma mãe e exclamou cheio de pesar, de saudade, de desespero:

                        - Ai mô gado! Antes fora eu !...



                  Era Nova, Rio, 21-8-1915.
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