Page 9 - 5F A ILHA DO TESOURO
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Quando terminou, o doutor me perguntou se ainda tinha
          em meu poder o embrulho que os bandidos haviam debal-
          de procurado, e eu, como resposta, entreguei-lho.

          Antes de examiná-lo, porém, o Dr. Livesey quis despedir-se
          do bravo inspetor e, com permissão do cavaleiro, mandou
          trazer um apetitoso recheado de pombo.

          Acabada a refeição, o cavaleiro e o médico puseram-se a
          conversar sobre o Capitão, sobre o pirata Flint, velho ami-
          go do Capitão, e ainda sobre as maravilhosas façanhas
          desse Flint. Em seguido, Pediram-me que lhes permitisse
          abrir o embrulho.


          0 embrulho estava cosido e o médico teve de cortar-lhe os
          fios com a tesoura de cirurgia. Continha um caderno e um
          maço de papéis lacrado. 0 caderno estava escrito com le-
          tra incerta e irregular e com algumas frases quase incom-
          preensíveis.


          0 maço estava lacrado em diversos lugares e o seu sinete
          fora feito com um dedal. 0 médico quebrou os sinetes com
          grande cuidado e descobriu d corta geográfica de uma ilha,
          com latitude e longitude e todas as indicações necessárias
          para levar um navio até às suas proximidades.


          Tinha, essa ilha, cerca de nove milhos de extensão e mais
          ou menos a forma de um dragão em pé, dois portos e, na
          parte central, uma colina identificada pelo nome de “Longa
          Vista”.


          Viam-se no carta algumas outras anotações e particular-
          mente três cruzes vermelhas, duas na porte norte da ilha,
          uma a sudoeste e, junto desta, os dizeres: “Aqui, a maior
          porte do tesouro”. No verso, com tinta vermelha, estavam




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