Page 8 - 5F A ILHA DO TESOURO
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daí a pouco tivemos de fugir a toda a pressa, porque ouvi-
mos uma batida no porto e logo depois um assobio; isso
nos fez compreender que os inimigos do pobre Capitão
estavam por ali.
Deixando precipitadamente a estalagem, com o saquinho
de moedas e os documentos, paramos ofegantes nas vizi-
nhanças e, escondidos numas .grandes moitas, preparamo-
nos para ver o que aconteceria.
Os nossos inimigos, em número de sete ou oito, chegaram
logo depois. Entraram no estalagem, avistaram o cadáver
do pobre Capitão e revistaram-no minuciosamente.
Não encontrando a chave nem os documentos que eu trou-
xera comigo, ficaram furiosos e depredaram todo o esta-
belecimento. Quando, no auge da exasperação, se prepa-
ravam para atear-lhe fogo, um assobio cortou os ares.
Ouvindo-o, os bandidos olharam em volta amedrontados,
gritaram que o seu terrível inimigo se aproximava e puse-
ram-se em. fuga um após outro.
Em vão o cego, que os chefiava, procurou detê-los com
ameaças e insultos, aconselhando-lhes calma e coragem.
Em poucos instantes se viu só. Tentou retroceder, mas uma
companhia de guardas aduaneiros, que chegava a galope,
lhe embargou os passos. Saí então do meu esconderijo e
voltei à hospedaria. Encontrei à entrado o inspetor Dance,
que me pediu para contar-lhe tudo quanto vira e, após o
interrogatório, ordenou-me que o levasse ao Dr. Livesey.
Este não se achava em casa. Tornamos montar a cavalo e
em pouco tempo chegamos ao castelo do Sr. Trelowney.
Ali, diante do médico e do cavaleiro - assim queria o Sr.
Trelawney que lhe chamassem - o inspetor Dance contou-
nos a sua história.
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