Page 14 - 5F A ILHA DO TESOURO
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suados para bordo, os marinheiros começaram logo a querer
          amotinar-se. Permaneciam no coberto a confabular entre
          si, e a menor ordem era mal acolhida e mal executada.


          Preocupado com esta situação ameaçadora, o capitão diri-
          giu-se ao camarote do cavaleiro e convenceu-o de que o
          melhor era deixar os marinheiros darem um passeio em
          terra: se todos ele s se achassem no ilha, - concluiu - a
          corveta ficaria em nosso poder e tudo terminaria bem.


          Assentado isso, o capitão deu logo ordens naquele sentido
          e todos os marinheiros, ao ouvi-lo, soltaram vários vivas
          que ecoaram longe.

          Num instante a expedição. ficou pronta: seis homens per-
          maneceram a bordo e os outros treze, incluído Silver, em-
          barcaram nos escaleres. Entrementes, Hunter, Joyce e
          Redruth, os únicos marinheiros que tinham permanecido
          fiéis ao cavaleiro, foram inteirados dos planos combinados
          entre nós.


          Quando a expedição de Silver estava para deixar o navio,
          resolvi apanhá-la: rapidamente saltei num bote, agachei-
          me num conto e ele partiu sem novidade.

          Ninguém me notou. Desembarcando, deixei os homens de
          Silver e corri em frente até não poder mais.

          Satisfeito de ter escapado das mãos de Long John, come-
          cei a explorar a Ilha do Tesouro. De repente, alguns patos
          selvagens levantaram vôo o que me fez compreender que
          ali perto havia gente. Amedrontado, escondi-me numas
          moitas e aí fiquei deitado à escuta. Não tardei o ouvir duas
          vozes. Uma, a mais forte e a mais firme, era de Silver. 0
          cozinheiro-mor falava rudemente a um velho marinheiro
          de nome Tomás, que não queria acompanhá-lo na sua trai-




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