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A ILHA DO TESOURO
Robert Louis Stevenson
EM certo dia do ano de mil setecentos e tantos, um velho
marinheiro moreno, com uma cicatriz no rosto, bateu com
o seu bordão ferrado à porta da estalagem Almirante
Benbow.
Disse rudemente ao estalajadeiro, meu pai, que lhe trou-
xesse um copo de rum, pediu notícias da freguesia, man-
dou em seguida o empregado levar-lhe a bagagem e atirou
sobre a mesa três ou quatro moedas de ouro.
Durante os dias seguintes, o Capitão - assim queria o es-
tranho hóspede que lhe chamassem - outra coisa não fez
senão vagar ao longo do baía e sobre os rochedos, munido
de um óculo. Ríspido, zangado, esbravejando ,o dia todo,
não respondia ao que lhe perguntavam; mas, após algum
tempo, me chamou à parte poro dizer-me que observasse
todos os fregueses e o avisasse da chegada de um mari-
nheiro perneta.
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