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de todo o mundo a sua admiração pelo meu javanês. Por outro lado, o barão estava
contentíssimo. Ao fim de dois meses, desistira da aprendizagem e pedira-me que lhe
traduzisse, um dia sim outro não, um trecho do livro encantado. Bastava entendê-lo,
disse- me ele; nada se opunha que outrem o traduzisse e ele ouvisse. Assim evitava a
fadiga do estudo e cumpria o encargo.
Sabes bem que até hoje nada sei de javanês, mas compus umas histórias bem tolas
e impingi-as ao velhote como sendo do crônicon. Como ele ouvia aquelas bobagens !...
Ficava extático, como se estivesse a ouvir palavras de um anjo. E eu crescia aos
seus olhos !