Page 26 - 5F A ILHA DO TESOURO
P. 26

querda do ilha.

          Os bandidos então se detiveram para descansar e orien-
          tar-se: um esqueleto humano, amarrado aos pés de um
          pinheiro, indicou o rumo a seguir. Reiniciamos a caminhada
          e chegamos ao ponto mais alto do ilha. Os piratas coloca-
          ram no chão as enxadas e fuzis e se deitaram à sombra
          das árvores. De repente, no meio da mata, uma voz fina,
          agudo e trêmulo, entoou um estribilho que os bandidos
          conheciam muito bem. Todos empalideceram.


          -  Com os diabos, é Flint! - exclamou Merry.
          A voz ressoou novamente, mas não como um canto e sim
          como um grito longínquo e frouxo, que o eco repetia fraca-
          mente. Os piratas tornaram a mostrar-se assustados. Ape-
          nas Silver conseguiu manter-se calmo e, tranqüilizando seus
          homens, deu outra vez o sinal de partida.

          E a voz? Seria capaz de jurar que era de Ben Gunn.


          Atingimos finalmente a orla do mata onde o tesouro se
          achava escondido.


          -  Avante, companheiros! - gritou Merry,- e alguns deles
          logo se puseram a correr.


          De súbito, vimo-los; parar dez metros adiante. Um grito
          surdo ressoou. Silver apressou o passo, batendo a muleta
          no chão como doido: daí a pouco, ele e eu paramos de
          repente. Diante de nós se abria um grande buraco, que não
          devia ser recente, a julgar pelas paredes já endurecidas e
          pela erva que crescia no fundo.

          Viam-se por ali um cabo quebrado de uma enxada e peda-
          ços de caixotes espalhados. Não havia dúvida: o esconde-




                                                                        26
   21   22   23   24   25   26   27   28   29   30