Page 29 - 5F A ILHA DO TESOURO
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noite em terra; travamos conhecimento com o coman-
          dante de uma unidade de guerra inglesa; conversamos com
          ele , acompanhamo-lo ao seu navio e as horas passaram
          tão alegremente que já era madrugado quando regressa-
          mos à “Espanhola”.

          Ben Gunn estava sozinho na coberta. Vindo ao nosso en-
          contro, informou-nos que, horas antes, Silver, que embar-
          cara conosco na goleta, fugira num escaler com ajuda de
          um marinheiro: assim procedera, para poupar-nos as difi-
          culdades que indubitavelmente nos acarretaria a perma-
          nência a bordo “do homem com uma perna só”; mas não
          fugira de mãos vazias: arrombara um tabique e se apode-
          rara de um soco de moedas no valor de quatrocentos
          guinéus, com as quais contava pôr em segurança a sua
          atormentada existência.

          Creio que todos ficamos satisfeitíssimos de nos termos li-
          vrado dele por um preço tão baixo.

          Enfim, para concluir a minha narrativa, direi que engajamos
          alguns marinheiros, que fizemos uma tranqüilo viagem de
          regresso e que a “Espanhola” chegou a Bristol a tempo de
          interromper os preparativos do Sr. Blanclly, amigo do cava-
          leiro, para uma eventual expedição de socorro. Da
          equipagem primitiva só estavam cinco homens.


          0 tesouro foi repartido entre todos e cada qual o gostou
          corno quis.

          0 capitão Smollett aposentou-se. Gray, não só economi-
          zou o dinheiro, mas também, desejoso de melhorar de
          situação, fez o curso de imediato, posto que passou a ocu-
          par num belo veleiro, de que se tornou também proprietá-
          rio. Além disso, casou-se e teve filhos.
          Ben Gunn recebeu cerca de mil esterlinos e gastou-os em




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