Page 23 - 5F A ILHA DO TESOURO
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tramestre se precipitou no mar de cabeça para baixo. Livre
de Hands, consegui desencravar de mim o punhal e fui ter
rápido à coberta da goleta. Estava só e a maré começava
a mudar. Debruçando-me da amurada, vi que ali o mar era
pouco profundo. Deixei-me então escorregar vagarosamen-
te até à água, que mal me chegava à cintura, e alcancei a
praia são e salvo.
Caminhando velozmente, cheguei sem demora ao lugar
onde encontrara Ben Gunn. Era quase noite e, quando al-
cancei o morro, divisei o fortim e uma certa claridade. Con-
fiante, fui ao encontro do luz, que me parecia de um ver-
melho vivo e que de vez em quando diminuía de intensida-
de corno o tição de um braseiro prestes a se apagar.
Cheguei à entrada do fortim sem encontrar ninguém e já
me preparava para deitar-me, quando um dos meus pés
esbarrou no perna de alguém que dormia e que se virou,
mas continuou a dormir.
Então de repente, ouvi uma voz na escuridão. Era o papa-
gaio verde do capitão Silver. Não tive nem tempo de pen-
sar. Ao grito agudo do papagaio, os homens que ali esta-
vam acordaram e puseram-se de pé, enquanto Silver ber-
rava: Quem está aí? Eu caíra no ratoeira.
Em volta de mim estavam John Long Silver, o papagaio
verde e seis piratas. Dos meus amigos, nem sinal.
0 velho John foi o primeiro a falar. Mandou colar os seus
homens, falou-me do cólera do capitão Smollett pela mi-
nha segundo fuga e propôs-me, sem muitos rodeios, que
passasse para o seu lado e ficasse com ele . Antes de lhe
dor uma resposta categórica, pedi-lhe que me contasse o
que acontecera durante a minha ausência. E Long John re-
começou a falar.
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