Page 20 - 5F A ILHA DO TESOURO
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que para nós significava o fim. Pressentindo o perigo imi-
nente, o capitão ordenou-nos que saíssemos- do fortim e
empunhássemos as facas. Obedecemos. Em pouco tem-
po, os assaltantes mais encarniçados caíram sob os golpes
certeiros de Gray, do capitão e do médico; os outros desa-
taram a fugir. Assim, não tardou que, dos atacantes, só
restassem cinco estendidos no chão.
Voltamos à nossa fortificação. Lá dentro, a fumaça dos
disparos já estava meio dissipada e, assim, pudemos ver,
ao primeiro relance, que Hunter jazia imóvel diante do sua
seteira e que Joyce recebera uma bolo no cabeça. 0 capi-
tão estava igualmente ferido. E, de mais a mais, grave-
mente, segundo me informou o médico.
me pareceu irremediavelmente entregue a si mesmo e ao
sabor dos ondas. Abandonando o meu bote, subi para a
goleta.
Fui, correndo, para a coberto e para o castelo da proa.
Uma garrafa vazia com o gargalo quebrado me chamou a
atenção: pouco adiante, Israel Hands e o marinheiro cha-
mado Barrete Vermelho jaziam imóveis, com os rostos
brancos como cera. Passei por ele s, fui até o mastro gran-
de, arriei a bandeira dos piratas e atirei-o no mar.
Entrementes, Israel Hands mexeu-se e, vendo-me, falou-
me com voz débil. Antes de mais nada, agradeceu-me por
ter matado aquele maldito marinheiro.
Durante o resto do dia, os atacantes não deram mais sinal
de vida e o tiroteio que vinha da mata parou completa-
mente.
No fortim, jantamos em silêncio, depois do que o Dr. Livesey
nos deixou para ir ter com Ben Gunn.
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