Page 15 - 5F A ILHA DO TESOURO
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ção.
Tomás suplicava-lhe que o deixasse em paz, que não o
obrigasse a roubar e a matar, mas Long Silver, cinicamen-
te, procurava vencer-lhe os escrúpulos. Por fim, vendo que
as suas palavras eram inúteis, o malvado John matou-o a
golpes de muleta.
Pouco adiante, quase no mesmo instante, os seus - ho-
mens davam o mesmo fim a outro marinheiro fiei, chama-
do Alan.
Depois de mandar atirar no mar os cadáveres de Tomás e
de Alan, John Silver tirou do bolso um. apito e deu alguns
silvos, que soaram frouxos no ar cálido. Compreendi que o
velho pirata estava chamando seus companheiros e isso
como que me deu asas: desatei de novo a correr.
Minutos mais tarde, quando dei por mim, chegava junto de
um morro, no alto do qual se viam carvalhos e pinheiros.
Parei para tomar fôlego.
Já pensava estar outra vez livre de perigo, quando notei
que um vulto corria agilmente por entre as árvores. Vi-me
dentro dois fogos. Logo em seguida, o mesmo vulto .tor-
nou a surgir e pareceu querer dar uma longa volta para
atacar-me. Sentindo-me perdido, tirei a pistola do bolso e
avancei com grandes passos para o desconhecido. Ele es-
tava escondido atrás de uma árvore e, mal me viu aproxi-
mar, atirou-se de joelhos no chão e estendeu para mim as
mãos suplicantes.
Perguntei-lhe quem era. Respondeu-me, com voz rouca.,
que ora Ben Gunn. Vi que se tratava de um homem manco
queimado pelo sol, vestido com pedaços de pano de tecido
impermeável, unidos entre si por um curioso sistema de
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